GLADIO
A sua santa guerra.
Sagrou-me Seu em genio e em desgraça
Ás horas em que um frio vento passa
Por sôbre a fria terra.
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
E este querer-justiça são Seu nome
Dentro em mim a vibrar.
Em minha face calma.
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois, venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma!
O poema “Gladio“ foi publicado anteriormente em “Alguns Poemas” (Sacadura Cabral, Gladio, De um Cancioneiro), Athena, n.º 3, Dezembro de 1924, pp. 81-88. Para além de diferenças ortográficas, esta publicação apresenta a correção de uma gralha da primeira, lendo-se no início do terceiro verso da segunda estrofe “E esta febre de Além”. Foi também incluído no livro Mensagem (Lisboa: Parceria António Maria Pereira, 1934), sob o título "D. Fernando, Infante de Portugal", com diferenças ortográficas, de pontuação e ao nível do emprego das maiúsculas, lendo-se no terceiro verso da primeira estrofe "em honra" em lugar de "em genio".