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ʺQuero acabar entre rosas, porque as amei na infância.ʺ

Álvaro de Campos

Descobrimento, inverno de 1932, p. 516.

  • ÁLVARO DE CAMPOS

    Quero acabar entre rosas, porque as amei na infância.
    Os crisantemos de depois, desfolhei-os a frio.
    Falem pouco, devagar.
    Que eu não oiça, sobretudo com o pensamento.
    O que quis? Tenho as mãos vazias,
    Crispadas flèbilmente sôbre a colcha longínqua.
    O que pensei? Tenho a bôca sêca, abstracta.
    O que vivi? Era tão bom dormir!
  • ÁLVARO DE CAMPOS

    Quero acabar entre rosas, porque as amei na infância.
    Os crisântemos de depois, desfolhei-os a frio.
    Falem pouco, devagar.
    Que eu não oiça, sobretudo com o pensamento.
    O que quis? Tenho as mãos vazias,
    Crispadas flebilmente sobre a colcha longínqua.
    O que pensei? Tenho a boca seca, abstrata.
    O que vivi? Era tão bom dormir!