CANÇÃO
Sol nulo dos dias vãos,
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!
Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe,
Com externo calor brando
O frio da alma disfarce!
A mão que por ela passe,
Com externo calor brando
O frio da alma disfarce!
Senhor, já que a dôr é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguem!
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguem!
FERNANDO PESSOA
Canção ("Sol nulo dos dias vãos")
Fernando Pessoa
Edição, Transcrição
Pedro Sepúlveda
Transcrição
Pablo Javier Pérez López
Modelagem de dados, Codificação
Ulrike Henny-Krahmer
Codificação
Sviatoslav Drach
Consultoria
Institut für Dokumentologie und Editorik (IDE)
Universidade Nova de Lisboa, Instituto de Estudos de Literatura e
Tradição (IELT)
Cologne Center for eHumanities (CCeH)
2017
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Canção ("Sol nulo dos dias vãos")
Canção ("Sol nulo dos dias vãos")
Fernando Pessoa
Ilustração
Portuguesa
11 de Fevereiro de 1922
129
Poesia
CANÇÃO
Sol nulo dos dias vãos,
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!
Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe,
Com externo calor brando
O frio da alma disfarce!
A mão que por ela passe,
Com externo calor brando
O frio da alma disfarce!
Senhor, já que a dôr é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguem!
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguem!
FERNANDO PESSOA